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Universidade Federal da Bahia
Aspectos da História Natural das Larvas
dos Anura
Marcelo Felgueiras Napoli
2005
Morfologia
Morfologia do Girino
Morfologia
Morfologia do Girino: disco oral
Morfologia
Morfologia do Girino: disco oral
Morfologia
Tipos Morfológicos de Girinos (Orton, 1953)
Baseado em: (1)
estrutura da
câmara opercular
sua abertura; (2)
natureza do disco
oral (boca).
Tipo 1: (1) “espiráculos pareados” = uma abertura de cada câmara espiracular
[duas]; (2) ausência de queratinizações orais; (3) barbilhões sensoriais ao redor
da abertura oral.
Tipo 2: (1) ausência de queratinizações orais; (2) ausência de barbilhões; (3)
única câmara opercular; (4) um espiráculo mediano posterior.
Tipos 3 e 4: (1) presença de peças queratinizadas no disco oral; (2) Tipo 3 –
com espiráculo mediano ventral; Tipo 4 - com espiráculo sinistro.
Morfologia / Filogenia
Tipos Morfológicos de Girinos (Orton, 1953)
Pipoidea
Mesobatrachia
Morfologia / História Natural
Tipos adaptativos de larvas
ORTON (1953): 7 tipos adaptativos, idealizados a partir de
um tipo generalizado de girino de poça:
• posição e tamanho da boca;
• forma do corpo;
• desenvolvimento da musculatura da cauda;
• desenvolvimento das nadadeiras da cauda.
Morfologia/História Natural
Tipos adaptativos de larvas
1. TIPO GENERALIZADO DE GIRINO DE POÇA (Leptodactylidae, Bufonidae,
Pseudidae, Hylidae e Ranidae, entre outras famílias) (Duellman & Trueb, 1986):
• aquático;
• corpo ovóide;
• cauda 2x o comprimento do corpo;
• nadadeiras dorsal e caudal tão profundas quanto à musculatura caudal;
• disco oral anteroventral;
• disco oral rodeado dor 1 a 2 fileiras de papilas labiais;
• lábio superior com 2-3 fileiras de dentes;
• maxilas superior e inferior com “bicos” queratinizados serrilhados.
Rana palmipes
Tipos adaptativos de larvas
Morfologia/História Natural
2. OUTROS TIPOS DE GIRINO DE POÇA e/ou AMBIENTES LÓTICOS DE
POUCA ENERGIA (Duellman & Trueb, 1986):
2.1 – GIRINOS DE SUPERFÍCIE com boca de FUNIL
• Ex. Phasmahyla;
• Alimento: flutuante;
• Funil: maior área de apreensão de alimento;
• dentes reduzidos ou ausentes;
• ambientes lóticos de pequena energia.
Tipos adaptativos de larvas
Morfologia/História Natural
2.2 – GIRINOS DE POÇAS de CORPO LATERALMENTE ACHATADO E
NADADEIRAS PROFUNDAS
• Ex. Scinax;
• Alimento: folhas, detritos, algas;
• Nada entre a vegetação densa.
• “Meia-tona”.
Tipos adaptativos de larvas
Morfologia/História Natural
2.3 – GIRINOS DE POÇAS, MICRÓFAGOS, DE CORPO ARREDONDADO,
ESPIRÁCULO VENTRAL E NADADEIRAS CAUDAIS “NORMAIS”
• Ex. Stereocyclops (Microhylidae);
• “Meia-tona” e flutuam na superfície.
Tipos adaptativos de larvas
Morfologia/História Natural
2.4 – GIRINOS DE POÇAS DE CORPOS DEPRIMIDOS, ESPIRÁCULOS
LATERAIS, CAUDAS ALONGADAS
• Ex. Girinos dos grupos de H. microcephala, H. rubicundula, H. nana e H.
leucophyllata (Hylidae);
• Forrageadores de fundo e/ou vegetação densa.
Tipos adaptativos de larvas
Morfologia/História Natural
3 – GIRINOS NECTÔNICOS
FILTRADORES DE “MEIA-TONA”
• Ex. Girinos de certas Phyllomedusa e
Agalychnis, além de Pipidae;
A
• bocas terminais; nadadeiras caudais finas e
moderadamente longas e baixas ou curtas e
profundas.
Xenopus e Rhinophrynus: sem dentes e
“bico”;
B
Agalychnis: 2 e 3 fileiras e “bico”.
C
Morfologia/História Natural
Tipos adaptativos de larvas
4 – GIRINOS de RIACHOS DE MAIOR ENERGIA
• Ex. Bokermannohyla claresignata e B. clepsydra;
• Disco oral grande, ventral, com fileiras de dentes aumentadas e longas e bicos e
papilas bem desenvolvidos;
• corpos deprimidos;
• caudas musculares longas;
• nadadeiras rasas;
• nadam próximos ao substrato e de frente para a correnteza;
Morfologia/História Natural
Tipos adaptativos de larvas
5 – GIRINOS de AMBIENTES COM RESTRIÇÃO DE ÁGUA
• Lages, Bromélias, Ocos de Pau, locas em rochas.
• Ex. Thoropa miliaris; Cycloramphus; Hyla bromeliaceae.
• usam os dentes e outras estruturas do disco oral para escalar, segurar e se fixar ao
substrato;
• alguns desenvolveram estruturas suctoriais (disco ventral) para aderir em rochas
(p.ex., Ascaphus; Atelopus).
• Nadadeiras muito reduzidas e muito longas e musculosas;
•Corpo alongado e deprimido;
•Ventre achatado e expandido;
•Boca ligeiramente aumentada e s/ proliferação de fileiras adicionais de dentes.
Hyla bromeliaceae
Atelopus ignescens
Hyalinobatrachium griffithsi: serapilheira
Thoropa petropolitana
Morfologia/História Natural
Tipos adaptativos de larvas
6 – GIRINOS “ESTRITAMENTE” CARNÍVOROS
• P.ex.: Ceratophrys.
• Boca anterior;
•Maxilas (“bico”) e musculatura relacionada muito desenvolvidos;
•“Bicos” com serrilhado bem desenvolvido.
Ceratophrys cornuta
OBS: Há muitas espécies consideradas
carnívoras facultativos
Morfologia/História Natural
Tipos adaptativos de larvas
7 – ASSOCIAÇÃO DE ANUROS ÀS BROMELIÁCEAS
•
•7.1 – Espécies bromelícolas:
•Aquelas que podem ser encontradas em bromeliáceas, sem que a elas
estejam associadas por qualquer aspecto de seu ciclo reprodutivo;
•7.1.2 – Bromelícolas eventuais:
•Espécies encontradas com freqüência em outro tipo de refúgio e que
acidentalmente foram registradas em bromeliáceas.
•7.1.3 – Bromelícolas obrigatórias:
•Espécies que apesar de reproduzirem em outros locais consistentemente
são encontradas abrigadas em bromeliáceas.
•7.2 – Espécies bromelígenas:
•Aquelas em que a complementação do ciclo de vida está de alguma forma
na dependência de bromeliáceas.
•7.2.1 – Bromelígenas com desenvolvimento direto:
•7.2.1.1 - Espécies com bolsa dorsal, onde se passa todo o
desenvolvimento embrionário. Gastrotheca.
•7.2.1.2 – Espécies que depositam ovos entre as folhas das
bromeliáceas. Eleutherodactylus.
Tipos adaptativos de larvas
Morfologia/História Natural
7.2.2 – Bromelígenas com fase larvar livre:
•7.2.2.1 – Larvas endotróficas, aquelas cujos ovos
apresentam grande quantidade de vitelo;
•A) Ovos mantidos no dorso da fêmea, sendo os
girinos liberados em estado avançado de
desenvolvimento. Flectonotus.
•B) Ovos depositados nas bainhas das folhas que
contém água, acima do nível ou na superfície da água.
Dendrophryniscus e Frostius pernambucensis.
•7.2.2.1 – Larvas exotróficas, alimentam-se,
aparentemente, dos detritos acumulados no fundo do
“aquários”. Scinax perpusillus, Crossodactylodes;
Phyllodytes luteolus e outras espécies deste gênero.
Tipos adaptativos de larvas
B
Morfologia/História Natural
A
A, Phyllodytes luteolus; B, Flectonotus goeldi.
Comportamento social
Morfologia/História Natural
AGREGAÇÕES (visão e linha lateral):
As agregações são tradicionalmente relacionadas a:
• Agregações para alimentação;
• Agregações relacionadas à metamorfose;
• Agregações que respondem à gradientes ambientais;
• Formação de “cardumes” sociais.
A.
B.
C.
D.
Agregações em partes rasas, de dia, como resultado à respostas de gradientes de
temperatura/luz na água: aumentam a temp. da água circunjacente;
Metamorfose (p.ex., Bufo): a fase de metamorfose é mais suceptível ao ataque de
predadores. A sincronia dos girinos em se metamorfosear e agregar aumenta a taxa
de sobrevivência;
“Cardumes” sociais de girinos durante o deslocamento (p.ex., Leptodactylus
ocellatus; Phyllomedusa vaillanti): evitação de predação por pequenos predadores,
mas em ambientes rasos, aumento das chances de predação por predadores
maiores (aves e mamíferos).
Alimentação: o deslocamento em agregado move o substrato e levanta os detritos
que servem de alimentação para o agregado.
Morfologia/História Natural
Ambiente Lêntico
Morfologia/História Natural
Ambiente Lótico