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Prof. Eduardo Mendes Gotardo 1. Introdução estabelecimento A classificação de padrão é preconizada por Leopoldino Capelozza de metas cefalométricas, calcadas principalmente na inclinação dos incisivos inferiores, Filho (2004) amplia a classificação das iniciou um período de grande conforto más-oclusões para além da relação para o ortodontista, dispensados de usar molar e da posição dos dentes. a subjetividade, e grandes frustrações a ser alguns pacientes, que viam as metas reconhecidas como doença (distúrbio de ortodônticas serem obtidas à custa de crescimento) e as alterações dentárias prejuízos na estética facial. As más-oclusões devem (classe I, II e III) são os sinais da doença. A base para o diagnóstico são os aspectos morfológicos da face (analisados diretamente no paciente e nas suas fotos), da telerradiografia e da oclusão. A história clínica, exame da oclusão estática e funcional e a análise O paradoxo entre a satisfação do paciente e as metas ortodônticas, além do aumento da valorização da estética pela sociedade, reconhecimento exigiu, da então, necessidade o da consideração primária da estética facial nas decisões de tratamento ortodôntico. No resgate da análise facial como cefalométrica não são negligenciados, mas é essencial que se entenda a recurso diagnóstico tentou-se, importância dos aspectos morfológicos. novamente, eliminar sua subjetividade, por meio da análise facial numérica. 2. Análise Facial ANGLE, 1907 Várias chegou análises foram a desenvolvidas entre as de Ricketts, Epker descrever que o ortodontista seria capaz et al, Legan, Burstone e Arnett et al; de classificar a má-oclusão apenas pela cada uma delas estabeleceu parâmetros avaliação facial. de normalidade na direção dos quais os Segundo Reis, S. A. B.(2007), o pacientes deveriam ser tratados. Esses Curso de Aperfeiçoamento em Ortodontia 1 Prof. Eduardo Mendes Gotardo padrões, entretanto, diferem entre A Análise Facial Morfológica é o indivíduos de diferentes nacionalidades, principal processo para o diagnóstico mas também entre aqueles provenientes das discrepâncias faciais sagitais ou de regiões diversas de um mesmo país. verticais e frontais. Reis, S. et al (2006) realizaram um Pela avaliação frontal, lateral e estudo com o objetivo de determinar o sorriso padrão sagitais, verticais e frontais saltam aos de normalidade para as medidas do perfil facial de brasileiros do A problemas resistência de alguns para profissionais em aceitar essa análise de recai na falta de parâmetros métricos normalidades sugeridos. Os brasileiros para o ensino da mesma. Observa-se Padrão I apresentam maior protrusão que labial superior um excesso no terço discrepâncias inferior da face e maior retrusão do manifestam brasileiras difere dos obtidas os olhos. adultos leucodermas. A maioria das paciente, valores os pacientes portadores faciais de semelhantes características que se repetem. O treinamento da observação mento. destas é a base para o domínio do diagnóstico ortodôntico. As estruturas da face devem ser visualizadas e não devem ser medidas, deve ser avaliadas em termos de presença e contribuição estética, como: 1. Projeção zigomática 2. Depressão infraorbitária Fig 1 – Perfil médio dos brasileiros adultos leucodermas 3. Sulco nasogeniano Fig 2 – Perfil obtido com os valores normativos sugeridos pela literatura internacional 4. Sulco mento labial 5. Linha de implantação do nariz 6. Linha queixo-pescoço A análise facial numérica está indicada na quantificação 7. Posição do lábio superior de 8. Posição do lábio inferior discrepância em pacientes cirúrgicos, facilitando o planejamento 9. Posição do pogônio das correções necessárias. Curso de Aperfeiçoamento em Ortodontia 2 Prof. Eduardo Mendes Gotardo 4. Padrão I O padrão I apresenta com uma face normal, relacionamento devido esquelético um bom entre a maxila e mandíbula no sentido sagital e vertical e com má-oclusão dentária. Fig 03 – Frontal Fig 05 – Padrão I 4. 1. Análise facial (Padrão I) Exame frontal: Face equilibrada Fig 04 – Perfil Terços faciais equilibrados 3. Classificação dos padrões Cinco tipos de padrões faciais: Padrão I Padrão II Padrão III Padrão Face Longa Padrão Face Curta Fig 06 – Padrão I Curso de Aperfeiçoamento em Ortodontia 3 Prof. Eduardo Mendes Gotardo Exame perfil: 4. 3. Características oclusais (Padrão I) Perfil convexo (leve) Boa Pode ser classe I, classe II ou projeção zigomática classe III. (presença da depressão infraorbitária) posicionamento das unidades dentárias Boa relação labial (alterações lábios em contato presença Todas e quaisquer alterações no são primárias neste padrão). de características anatômicas normais 4. 4. Análise da telerradiografia (Padrão I) Sulco mento labial adequado Boa linha e dento-alveolares ângulo queixo- Estruturas esqueléticas: boa pescoço arquitetura e bem relacionadas entre si Tipos faciais: nos braqui e dolicos tendem a fugir, mas compondo um conjunto harmônico. Fig 07 – Padrão I 4.2. Tipo Facial No padrão I pode encontrar os três tipos faciais. O ângulo da linha da base mandibular com o plano Fig 08 – Padrão I camper permite definir o tipo facial: Mesofacial: linhas levemente 5. Padrão II divergentes Braquifacial: linhas paralelas Dolicofacial: linhas divergentes O padrão II apresenta na face um degrau sagital maxilo mandibular Curso de Aperfeiçoamento em Ortodontia 4 Prof. Eduardo Mendes Gotardo acentuado, devido a maxila (raramente), a mandíbula ou ambos. Geralmente é a mandíbula que é deficiente. Fig 10 – Padrão II Exame perfil: Perfil muito convexo o ponto de maior expressão Fig 09 – Padrão II Linha de implantação do nariz Na protrusão maxilar a linha é 5. 1. Análise facial (Padrão II) oblíqua Ângulo nasolabial Exame frontal: reflete a posição dos incisivos Terço médio (zigomático) Boa expressão criando depressão superiores infra-orbitária Aberto: e sulco Fechado: Altura do terço inferior diminuída casos dos incisivos (compensação dentária) nasogeniano nos lingualização de dos incisivos deficiência mandibular e com o lábio inferior vestibularização Linha queixo-pescoço evertido e sulco mento labial boa: mandíbula é aceitável profundo curta: mandíbula deficiente A altura diminuída do nos terço inferior casos de deficiência mandibular Curso de Aperfeiçoamento em Ortodontia 5