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PRINCÍPIOS DA OFTALMOLOGIA ANÁTOMO-HISTOLOGIA FUNCIONAL DO OLHO 1 Jailton Vieira Silva 2 Bruno Fortaleza de Aquino Ferreira 2 Hugo Siquera Robert Pinto OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Conhecer a s es trutura s a na tômi ca s que compõem o ol ho huma no ; Ana l i s a r a s es trutura s i nterna s do ol ho huma no qua nto s ua forma çã o hi s tol ógi ca e funçã o; RELEVÂNCIA O conhecimento da a natomia geral do aparelho vi sual é pré-requisito pa ra a i nterpreta çã o a dequa da de doença s com ma nifestações oculares. Al ém disso, a a nálise histológica de determinadas estruturas é essencial para o entendimento funcional do ol ho. INFORMAÇÕES GERAIS ÓRBITA OCULAR extra oculares, exceto o oblíquo i nferi or, que s e ori gi na no l a do na s a l da pa rede orbi tá ri a . A órbi ta é uma ca vidade óssea em forma de pirâmide com qua tro paredes (superior, medi a l , i nferi or e l a tera l ) – FIGURA 1 e QUADRO 1 – que convergem pos teri ormente. IRRIGAÇÃO OCULAR Arterial. O s upri mento a rteri a l da s es trutura s da órbi ta deriva principalmente da artéria oftálmica – FIGURA 2 e QUADRO 2, o pri meiro ra mo i ntracrania no i mporta nte da a rtéri a ca róti da i nterna . QUADRO 1. FIGURA 1. Ossos da órbita. Paredes Ossos Superior Frontal Asa menor do esfenoide Medial Etmoide Frontal Lacrimal Esfenoide Inferior Maxilar Zigomático Palatino Lateral Zigomático Asa maior do esfenoide ADAPTADO DE VAUGHAN & ASBURY Teto. Defei tos no teto orbi tá ri o (ex.: neurofibromatose) podem resultar em pulsações vi s ívei s do gl obo ocul a r, de ori gem cerebra l . Parede nasal. Em decorrência da proximidade com os s eios fa ciais, infecções, especialmente nos seios etmoida i s e es fenoi da i s , podem erodi r a pa rede ós s ea e envol ver o conteúdo da ca vi da de orbi tá ri a . Assoalho. A pl a ca orbital da maxila constitui a grande á rea centra l do a s s oa l ho, s endo a regi ã o onde fra tura s (blowout) ma i s frequentemente ocorrem, podendo ha ver herni a çã o do conteúdo orbi ta l pa ra o a ntro ma xi l a r. Parede lateral. É a pa rte mais res i s tente da órbi ta , tendo i mporta nte funçã o de proteçã o contra i mpa ctos . Ápice. É o porta l de entrada para todos os nervos e va s os do olho, e o l oca l de ori gem de todos os mús cul os 1. PROFESSOR DA DISCIPLINA DE OFTALMOLOGIA – UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 2. ACADÊMICO DE MEDICINA – UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PAREDES DA CAVIDADE ORBITAL E OS OSSOS QUE AS COMPÕEM. TEXTO REVISADO EM 18/02/2013. DISCIPLINA DE OFTALMOLOGIA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ QUADRO 2. PRINCIPAIS RAMOS DA ARTÉRIA OFTÁLMICA E SUAS DISTRIBUIÇÕES. QUADRO 3. PRINCIPAIS NERVOS ORBITÁRIOS E SUAS ESTRUTURAS INERVADAS. Ramos Distribuição N. óptico (N.C. II) Retina (cones e bastonetes) A. central da retina Emerge na papila, dando os ramos terminais, visualizados à fundoscopia. N. oculomotor (N.C. III) Aa. ciliares posteriores curtas Suprem a coróide e a porção externa da retina. Aa. ciliares posteriores longas Irrigam o corpo ciliar e a íris. Aa. ciliares anteriores Suprem esclera, episclera, limbo, conjuntiva bulbar e plexo ciliar. M. reto superior M. reto medial M. reto inferior M. oblíquo inferior M. ciliar M. esfíncter da pupila (fibras parassimpáticas) M. levantador da pálpebra superior N. troclear (N.C. IV) M. oblíquo superior Venosa. A drena gem venosa ocorre pri nci pa l mente a tra vés das veias oftálmicas superi or e i nferi or, pa ra onde drena m as veias vorticosas, ciliares a nteri ores e centra l da reti na, havendo comunicação com o seio ca vernos o a tra vés da fi s s ura orbi ta l s uperi or. Trombose do seio cavernoso A veia oftálmica superior também recebe ramos de vasos periorbitários. Isso proporciona uma comunicação direta entre a pele da face e do seio cavernoso, formando assim a base da trombose letal do seio cavernoso, que pode ser secundária à celulite orbitária. N. trigêmeo (N.C. V) N. oftálmico (N.C. VI ) N. maxilar (N.C. VII ) Pálpebra superior e córnea (fibras aferentes) Pálpebra inferior N. abducente (N.C. VI) M. reto lateral N. facial (N.C. VII) M. orbicular do olho Gânglio cervical superior (Nn. ciliares curtos) M. dilatador da pupila (fibras simpáticas) ANEXOS OCULARES PÁLBEBRAS A pri nci pa l funçã o da s pá l pebra s é de proteçã o mecâ nica e luminosa do globo ocular. Contribui, também, na s ecreçã o, na di s tri bui çã o e na drena gem da l á gri ma . Hi s tologicamente, a s pálpebras s ão constituídas de fora pa ra dentro por 4 ca ma da s : pel e ; mús cul o orbi cul a r do ol ho; ca ma da de teci do conjunti vo (pl a ca ta rs a l ), onde s ã o encontradas as glândulas sebáceas de Meibomius e glândulas l a cri mais a cessórias de Kra use e Wolfring; ca ma da mucos a , forma ndo a conjuntiva palpebral (tarsal) que se continua com a conjunti va bul ba r – FIGURA 4. FIGURA 2. Artéria oftálmica e seus ramos principais. INERVAÇÃO OCULAR Al ém do nervo ópti co (N.C. II), entra m a tra vés da fi s s ura orbi ta l s uperi or os nervos ocul omotor (N.C. III), trocl ea r (N.C. IV) e a bducente (N.C. VI), que s uprem a mus culatura extrínseca ocular. O N.C. III inerva ainda outra s i mporta ntes es trutura s – QUADRO 3. FIGURA 4. Corte sagital das pálpebras e globo ocular. ADAPTADO DE OFTALMO/USP ANATOMO-HISTOLOGIA FUNCIONAL DO OLHO | 7 DISCIPLINA DE OFTALMOLOGIA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ Composição da lágrima Três camadas formam o filme lacrimal: a mais externa, lipídica, é produzida pela glândula de Meibomius e previne a evaporação do filme lacrimal; a intermediária é aquosa e responsável por nutrir e oxigenar a córnea, além de apresentar substâncias antimicrobianas em sua composição; e a mais interna, composta por mucina, q ue é fundamental para a interação entre a camada aquosa e as superfícies oculares. CÍLIOS Têm função de proteger o olho contra a l uz excessi va e a entrada de pequenas partícul a s . Projeta m-s e de forma i rregul a r da ma rgem da s pá l pebra s , s endo o s cíl i os s uperiores, curva dos para cima, maiores e ma i s numeros os que os i nferi ores , curva dos pa ra ba i xo. APARELHO LACRIMAL É cons tituído por gl â ndul a s , ductos e ca na l ícul os l a cri mais e o ducto nasolacrimal. As glândulas lacrimais estão l oca lizadas na borda s úperol a tera l da órbi ta e produzem conti nuamente a lágrima, que penetra no ducto nasolacrimal, des emboca ndo no mea to na s a l i nferi or. MÚSCULOS EXTRAOCULARES Sei s mús cul os extra ocul a res control a m os movi mentos de ca da olho: 4 retos – s uperior, medial, inferior e l a teral – e 2 oblíquos – s uperior e i nferior (FIGURA 3). Pa ra ma i s detalhes s obre movimentação extríns eca , vi de o texto s obre AVALIAÇÃO OFTALMOLÓGICA. FIGURA 3. compa rtimentos: câ mara anterior, câ mara posterior e espaço vítreo. É pos s ível a i nda s epa ra r o ol ho em 2 s egmentos : a nterior e posterior, sendo o crista l i no o ma rco a na tômi co pa ra es s a di vi s ã o. REVESTIMENTO OCULAR Di versas estruturas revestem o globo ocul a r. Dentre outra s funções, elas funcionam como barreira de proteção e, no ca s o da córnea , como l ente refra ti va . Conjuntiva. É uma membrana mucosa que cobre a s pá l pebra s pos teri ormente, refl ete pa ra o gl obo ocul a r, forma ndo o fórnice (fundo de saco), e estende-se até o limbo. Infl amações podem ca usar edema (quemose) na regi ã o dos fórni ces e da conjuntiva bulbar (globo ocular), por ter frouxa a derênci a nes s es l oca i s . Contém cél ul a s ca l i ci formes , res ponsáveis pela secreção de mucina , e outra s gl â ndul a s , que contri buem na forma çã o do fi l me l a cri ma l . A conjunti va fa ci l i ta o l i vre movi mento do gl obo ocul ar e promove uma s uperfície lisa para que a s pá l pebra s des l i zem s obre a córnea . Tem um i mporta nte pa pel de ba rreira, servi ndo de proteçã o do contra mi crorga ni s mos . Sua va scularização é predominantemente ori gi na da de ra mos da a rtéri a oftá l mi ca . Sua i nerva çã o s ens ori a l , medi a da por ra mos do nervo oftá l mi co, é reduzi da em compa ra çã o à córnea . Cápsula de Tenon. Envol ve a s uperfíci e externa da es clera. Continua com as fáscias dos músculos extraoculares , s ervi ndo de a poi o e regul a ndo a di reçã o da a çã o. Episclera. Reves te a porçã o a nteri or da es cl e ra , pos suindo va sos sanguíneos que a nutrem. Próximo a o limbo funde-s e à conjunti va bul ba r e à cá ps ul a de Tenon. Córnea. É a porçã o mais anterior da túnica externa . É uma estrutura convexa tra ns pa rente a l to poder refra ti vo (≈40D), l oca l i za da no 1/6 a nteri or do ol ho. Conti nua pos teriormente com a esclera, diferenciando-se pelo grau de hi dratação e pela disposição das fi bra s col á gena s . Embora s eja a vascular, o que garante s ua tra nsparência, é ri ca mente i nervada por fibra s do ra mo oftá l mi co do nervo tri gêmeo (N.C. VI) – QUADRO 3. Sua nutri çã o s e dá por di fus ã o de nutri entes e oxigênio provenientes dos va sos peri l ímbi cos – QUADRO 2 – do humor a quos o e do fi l me l a cri ma l . Hi s tologi ca me nte, s ubdi vi de-s e em 5 ca ma da s : epi tél i o cornea no, membrana de Bowman, es troma , membra na de Des cemet e endotél i o. Músculos extraoculares. ADAPTADO DE MOORE Fáscia. Todos os mús cul os extra ocul a res s ã o ci rcundados por uma fáscia que se continua com a cápsula de Tenon, i mporta nte es trutura pa ra ga ra nti r o a dequa do a l i nha mento dos ol hos . GLOBO OCULAR O gl obo ocular é constituído por 3 túnicas: externa ou fi brosa (córnea e esclera), média ou vascular (íris, corpo cilia r e coroi de) e i nterna ou ne uros s ens ori a l (reti na ). Internamente, o olho é formado pelo cristalino, pel o humor a quos o e pel o corpo vítreo, que o di vi dem em 3 ANATOMO-HISTOLOGIA FUNCIONAL DO OLHO | 8 DISCIPLINA DE OFTALMOLOGIA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ QUADRO 4. CAMADAS DA CÓRNEA E SUAS CARACTERÍSTIC AS. Camadas Características Epitélio anterior (estratificado pavimentoso não queratinizado) Constituído por 5-6 camadas de células com alta capacidade de regeneração. Renova-se a cada 7 dias. Lesões nessa camada normalmente não deixam sequelas. Membrana de Bowman Local onde se encontram plexos de fibras nervosas responsáveis pela inervação sensitiva da córnea. É altamente resistente, porém tem baixo poder regenerativo. Lesões que envolvam essa membrana costumam evoluir com sequelas (haze). Estroma É a camada mais espessa da córnea (cerca de 90%). Garante o alto poder refrativo da córnea. A relação proteína/água confere a propriedade de transparência. Lesões epiteliais ou endoteliais modificam essa relação, provocando edema corneano. Membrana de Descemet. Funciona como membrana basal do endotélio. Endotélio (pavimentoso simples) Responsável por manter a deturgescência essencial do estroma da córnea. Tem pouca capacidade de regeneração, é bastante susceptível a lesões em procedimentos cirúrgicos oculares (ex. cirurgia de catarata). Limbo. É a zona de transição entre córnea e es cl era . Pos s ui va sos sanguíneos (perilímbicos) que a s s umem pa pel i mportante nos processos i nflamatórios da córnea. Contém o s ei o venos o da es cl era (ca na l de Schl emm), por onde é drena do o humor a quos o. Esclera. Corres ponde a o “bra nco do ol ho”, repres enta ndo os 5/6 pos teri ores da túni ca externa . Conti nua, a nteriormente, com a córnea e , pos teri ormente, com a dura -máter e formando a l â mi na cri vos a , pel a qua l pa ssam os feixes de axônios do nervo ópti co . É cons ti tuída ba s icamente por fibras colágenas, servi ndo de barreira fís i ca pa ra o conteúdo i ntra ocul a r e l oca l de fi xa çã o pa ra os mús cul os extra ocul a res . SEGMENTO ANTERIOR É o es paço delimitado anteriormente pel a córnea e pos teriormente pelo cristalino. É divi dido pela íris em anterior (onde se localiza o ângulo i ridocorneano) e pos teri or (onde ocorre produçã o do humor a quos o). Íris. Di vi de o espaço entre a córnea e o cri stal i no em câ ma ra a nteri or e pos teri or. Pos s ui um ori fíci o centra l denominado pupila, cujo di â metro é de 2-4 mm, podendo va ri a r de 0,5mm (qua ndo em mi os e) a 8 mm (qua ndo em mi dríase). Dois músculos l i s os s ã o res pons á vei s por es s a va ri a çã o do di â metro. O mús cul o es fíncter da pupi l a , i nervado por fi bras para s s i mpá ti ca s do nervo ocul omotor (N.C. III) e responsável por movimento de miose e o múscul o di l a ta dor da pupi l a , i nerva do por fi bra s s i mpá ti ca s proveni entes do gâ ngl i o cervi ca l s uperi or. Corpo ciliar. Subdividido em duas porções , s endo a ma i s anterior (pars plicata) está em contato com o limbo e a ma i s posterior (pars plana) forma a ora serrata. Os processos ci l iares são os responsáveis pela formação do humor a quoso. Contém a i nda o mús cul o ci l i a r, compos to de fi bra s l ongi tudi na i s , ci rcul a res e ra di a i s qu e control a m a a comoda çã o vi s ua l . Humor aquoso. Produzido nos processos cilia res por ul tra filtração e secreção ativa, preenche as câ maras a nteri or e pos terior. É composto glicose, oxigênio e a minoácidos que s ervem de nutrientes para a córnea e o cri stalino. Flui pa ra a câ ma ra a nteri or pel a pupi l a , s egui ndo pa ra o â ngul o i ri docorneano, onde penetra na rede tra becular para alcançar o s ei o venos o da es cl era , que s e comuni ca com vei a s epi sclerais. Essa via (vi a convenci ona l ) é res pons á vel pel a drena gem de ≈85% da produçã o do humor a quos o. O res ta nte difunde-se pelos va sos da íris e do corpo ci l i a r (vi a a l terna ti va ). CRISTALINO O cri s ta l i no, ou l ente, s erve ta mbém de ma rco a na tômico para divisão ocular em 2 s egmentos – a nteri or e pos terior. É composto por 65% de á gua , 35% de proteína – teci do humano com maior proporção proteica – e mi nera i s . Tem forma de lente bi convexa di s coi de e é di vi di do em 3 pa rtes – cá psula externa , epi tél i o s ubca ps ul a r a nteri or e ma s s a i nterna . É res pons á vel por cerca de 1/3 do poder refra ti vo ocular e destaca-se por s ua singular capaci da de de a comodação, tendo seu poder refrativo va ri á vel – 20 a 30D. A cá psula do cristalino é um reves ti mento a cel ul a r, s endo o local de i nserçã o das fibras da zônula, o que permi te a a comodação visual a parti r dos movi mentos do mús cul o ci l i a r. O epi télio subcapsular encontra-se exclusivamente na fa ce a nterior. É formado por uma única ca ma da de cél ul a s cúbi ca s que dã o ori gem à s fi bra s do cri s ta l i no. A ma ssa i nterna é formada pelo córtex e pelo núcleo. A regi ão cortical contém as fibras do cri s ta l i no, e o núcl eo cél ul a s a nti ga s i mpa cta da s com o envel heci mento. SEGMENTO POSTERIOR Compreende os 2/3 posteriores do olho, del i mi ta do a nteriormente pelo cri s ta l i no e envol vendo humor vítreo, reti na , coroi de e nervo ópti co. Corpo vítreo. É compos to 99% por á gua , contendo a i nda fi bra s de col á geno e de á ci do hi a l urôni co, que promovem coesão e dão uma cons i s tênci a gel a ti nos a a o mei o. Compreende 2/3 do vol ume e do pes o do ol ho , ocupa ndo toda a ca vidade posterior a o cri s ta l i no – es pa ço vítreo –, tendo papel importante no a mortecimento do globo ocul a r. Sua s uperfíci e externa – membra na hi a l oi de – é fi rmemente a deri da à reti na em certos pontos , pa rti cularmente no nervo óptico e na ora serrata, torna ndoos l oca i s propíci os a ma i or tra çã o e cons equente des col a mento da reti na . As cél ul a s do corpo vítreo – hi a lócitos – s ão pouco numeros a s , a pres enta ndo funçã o fa goci tá ri a e de s íntes e do ma teri a l extra cel ul a r. Retina. Reves te os 2/3 posteriores da porção interna do gl obo ocular, terminando a o nível do corpo ci l i a r, na ora serrata. É compreendida pelas 9 ca madas neuros s ens ori a i s (fotorreceptora , membra na l i mi ta nte externa , nucl ea r externa, plexi forme externa , nucl ea r i nterna , pl exi forme ANATOMO-HISTOLOGIA FUNCIONAL DO OLHO | 9 DISCIPLINA DE OFTALMOLOGIA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ i nterna , de cél ul a s ga ngl i ona res , de fi bra s nervos a s e membrana l imitante i nterna) e pel o epi tél i o pi gmenta r da reti na . A reti na recebe s eu forneci mento de s a ngue de 2 fontes: ca mada coriocapilar da coroide (supre o terço externo da reti na e a fóvea) e ra mificações da a rtéria central da retina (s uprem os 2/3 i nternos). O endotélio dos va s os reti ni a nos nã o possui fenestrações , ca ra cterís ti ca i mporta nte pa ra a ma nutençã o da ba rrei ra hema to-reti ni a na . Cones e bastonetes A camada fotorreceptora é formada pelas porções receptoras dos cones e dos bastonetes. Há cerca de 6 milhões de cones em cada retina humana. São elementos para percepção de luz em intensidade normal, permitindo visão a cores e com nitidez. Os bastonetes es tão presentes em maior número (≈100 milhões), tendo maior funcionalidade para visão no escuro ou em movimento. A retina pode ser dividida em periférica e central (mácula). Essa divisão é baseada principalmente pela diferença de porções cones/bastonetes nessas regiões. A retina periférica apresenta grande quantidade de bastonetes em relação a de cones. Ess a proporção diminui significativamente na região da mácula, sendo que na fovéola há apenas cones. Coróide. Contém va s os que forma m a ca ma da cori oca pi l a r, res pons á vel por i rri ga r pa rte da reti na . Sepa rando a coróide da re tina, está a membra na de Bruch. Nervo óptico. Cons ti tuído por cerca de 1 mi l hã o de a xôni os da s cél ul a s ga ngl i ona res da reti na , emerge na s almente a o polo posterior do olho, a tingindo a ca vi da de cra ni ana através do ca na l ópti co. Une -s e a o nervo ópti co contra lateral formando, a pós curto tra jeto i ntra cra ni a no, o qui asma óptico. Cerca de 80% de s ua composição é de fi bra s vi s uais, que fazem sinapse com o corpo geni cul a do l a tera l , termi nando no córtex vi sual primá ri o do l obo occi pi ta l . Os 20% res ta ntes são de fibras pupilares que s eguem ca mi nho pretecta l . REFERÊNCIAS 1. FACULDADE DE MEDICINA DA USP. Programa Educacional de Oftalmologia. São Paulo: Merck Sharp & Dohme, 2008. 2. JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. 3. MOORE, K. L.; DALLEY, A. F. Anatomia orientada para a clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. 4. REY, L. Dicionário de Termos Técnicos de Medicina e Saúde . Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 5. RIORDAN-EVA, P.; WHITCHER, J. P. Vaughan & Asbury’s general ophthalmology. New York: McGraw-Hill, 2008. ANATOMO-HISTOLOGIA FUNCIONAL DO OLHO | 10