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Universidade Federal de Pelotas Disciplina de Genômica II Prof. Dra. Fabiana Seixas RNA de interferência Delva Leão Emily Nunes Gabriela Debom Jessica Plaça Lucas Goedert 01/05/2011 Descoberta • Prêmio Nobel de 2006 - 1990: Petúnias; - 1993: C. elegans. Andrew Z. Fire Craig C. Mello O que é o RNA de interferência? Fita que se pareia ao mRNA Ligação impede a tradução Inibição da síntese proteica RNA de interferência • Mecanismo regulador da expressão gênica; • Existe em muitos organismos; • Classificação: microRNA (miRNA) SiRNA miRNA MicroRNA • Moléculas de RNA com aproximadamente 22 nucleotídeos; • Incapazes de codificar proteínas; • Função na regulação pós-transcricional; • Degradação ou bloqueio na tradução de RNAs mensageiros. Biogênese - Transcrição por RNA Polimerase II ou III; - Pri-miRNA (várias nt), ação Drosha (RNase endonuclease III), cofator DGCR8/Pasha; - Pre-miRNA (60 a 80 nt), auxílio da Exportin 5, cofator Ram-GTP; Biogênese - Pre-miRNA, sofre ação da Dicer (RNase III); - MicroRNA (18-26 nt), associação ao Complexo de Indução de Silenciamento do Rna (RISC) / Argonauta. Biogênese Características • Ligam-se a região 3’ UTR do mRNA; Degradação ou inibição? - Quanto melhor o pareamento, maior a possibilidade de degradação do mRNA. - Quando o microRNA aciona o mecanismo de clivagem do mRNA, após a clivagem, o microRNA permacene intacto, podendo reconhecer e degradar outros mRNAs. Localização Genômica • Regiões intergênicas (42%) - Possuem promotores e outros fatores de transcrição próprios. Localização Genômica • Regiões intragênicas (58%) - Podem ser intrônicos ou exônicos; - Compartilham o promotor do gene; - São processados em uma rota metabólica diferente da excisão dos íntrons. Características • Cerca de 500 genes de microRNA (1-5%); Na espécie humana • Estimativa de 1000 genes; Predição de genes. Avaliação de sequências conservadas. Análise de potencial estrutura loop. Características • Cada microRNA age em ,aproximadamente, 300 mRNA diferentes. Características • Cada mRNA pode sofrer intervenção de diferentes microRNAs. Características . - Grande parte dos miRNA são encontrados em genes parálogos - 50% dos genes são encontrados próximos, sendo transcritos por única unidade de transcrição. - Em casos excepcionais, podem ocorrer por promotores isolados. Características • Cerca de 20-30% dos genes codificantes podem ser alvo de microRNA; • São regiões altamente conservadas; • Podem ser exportados para outras células; siRNA Small interfering RNA Short interfering RNA • de RNA fita dupla de aproximadamente 22 nucleotídeos • Incapazes de codificar proteínas; • Função na regulação pós-transcricional; • Degradação ou bloqueio na tradução de mRNAs mensageiros. • Extremidade 3’ com 2 nucleotídeos livres siRNA assimétrico Biogênese Biogênese Pareamento • Ligam-se a região 3’ UTR do mRNA Características • siRNA são produzidos a partir de dsRNA; • dsRNA provém da síntese por vírus ou sequências repetitivas introduzidas; • Podem funcionar como: ▫ Defesa antiviral ▫ Silenciamento de mRNA miRNA siRNA Origens Diferentes • Molécula endógena (miRNA) • Molécula exógena (siRNA) RNAi Diferenciação Espacial Principais diferenças Características Principal modo de interação siRNA Clivagem do mRNA miRNA Inibição da transcrição Origem Sintetizante Exógena Endógena ou Sintética Conservação filogenética Não Sim Estrutura Grampo Sim Sim Estágio precursor no núcleo Sim Sim Associação com heterocromatina Sim Sim Comprimento 18-26 nt 18-26 nt Função em homeostase Sim Sim Impacto na síntese de proteínas Indireto Indireto Potencial de utilização em doenças Desconhecido Sim RNAi nos Organismos RNAi em células animais Envolvidos em quase todos os processos celulares: Tempo de desenvolvimento Diferenciação celular Silenciamento Defesa antiviral Apoptose Transposon Proliferação celular Controle metabólico RNAi em células animais O papel biológico de cada RNAi ainda é incerto. Organismo Caenorhabditis elegans Caenorhabditis elegans Caenorhabditis elegans Caenorhabditis elegans Caenorhabditis elegans Caenorhabditis elegans Drosophila melanogaster Drosophila melanogaster Drosophila melanogaster Danio rerio Mamíferos Mus musculus Homo sapiens miRNA Alvo de ação regulação pós- transcricional negativo de lin-14 e lin-28 lin-41, hbl-1 e o fator de transcrição daf-12, pha-4 Função Destino das células epidérmicas de L1 para L2 (passagem de fases larvais) hbl-1 Passagem entre os estágios larvais L2 e L3 lsy-6 lsy-6, miR-273 regulador negativo do cog-1 Assimetria esquerda- direita regulador de die-1 Assimetria esquerda- direita miR-84 miR-2a, miR-2b, miR-6, miR-7 let-60 Desenvolvimento da vulva E(spl)/bHLH e família Bearded Sinalização Notch bantam hid Controle do crescimento miR-14 miR-430 miR-196 miR-375 miR-32 desconhecido desconhecido cliva HOXB8 mtpn pfv-1 Morte celular programada Neurogênese Desenvolvimento embrionário Secreção de insulina Defesa viral lin- 4 let-7 miR-48, miR-84, miR-241 Passagem do quarto estágio larval para adulto RNAi em células animais As sequências de miRNAs em animais geralmente são filogeneticamente conservadas: cerca de 55% dos miRNAs de C. elegans tem homólogos com humanos. Pasquinelli et al., 2000 Isso auxilia na prova da evolução animal. RNAi em células animais x vegetais Os miRNAs de plantas e animais exercerem seu controle de formas fundamentalmente diferentes sugerindo que os dois sistemas originaram-se de forma independente. Millar e Waterhouse, 2005 Organismo Animal Planta Tamanho miRNA miRNA mais curtos (20-22nt) Ligação Principal forma de ação Local de ação da Dicer Complementares ao site UTR 3 miRNA mais longos (21-24 nt) Complementares as regiões codificadoras de mRNAs Repressão de tradução Degradação do mRNA Citoplasma Núcleo Presente Ausente Ausente Presente Presença do complexo Drosha Presença de Hen-1 Grau de complexidade da atuação do miRNA Complexo - miRNAs tem muitos alvos Fácil - miRNAs tem pouco alvos TargetScan, TargetScanS, miRanda, Programas utilizados MovingTargets, PicTar e RNAhybrid MIRcheck, findMiRNA, Miru e PatScan RNAi em células vegetais Envolvidos nos seguintes processos celulares: Desenvolvimento de estruturas Mudança de fase Estresse ambiental Transdução RNAi em células vegetais O número de miRNA identificados em plantas é menor do que em animais. Zhang et al., 2007 Organismo Arabidopsis thaliana Arabidopsis thaliana Arabidopsis thaliana Arabidopsis thaliana Zea mays miRNA Alvo de ação Função Reprime tradução do AP2 Desenvolvimento da flor e tempo de cultura Liga-se ao mRNA que codifica domínio GRAS ou proteína SCARECROW Desenvolvimento padrão radical da raiz, sinalização de giberelina e sinalização luminosa miR 160, miR 167a Liga-se ao mRNA que codifica ARFs Diferenciação e divisão celular; e alongamento das células miR 164a Liga-se ao mRNA que codifica o domínio NAC e CUC2 Formação de broto meristemático apical Reprime tradução do gossy15 Desenvolvimento da flor e tempo de cultura miR 172 miR 170, miR 171 miR 172 RNAi em células vegetais As sequências de miRNAs em vegetais também apresentam segmentos filogeneticamente conservados. Axtell e Bartel, 2005; Zhang et al, 2006 http://www.biomedcentral.com/content/pdf/1471-2164-10-558.pdf RNAi em fungos? A maioria dos fungos pode passar por dois tipos de silenciamento: Quelling e MSUD. Quelling – parecido com o mecanismo de formação de RNAi em plantas ou animais (dependente de Argonauta e Dicer), entretando se dá pelo processo de co- supressão. Maquinaria celular percebe a possibilidade de superexpressão de um gene (por mRNA) e gera o desligamento desse (por RNAi) evitando caos celular. Silenciamento Meiótico por DNA Não Pareado (MSUD) – Durante o processo de meiose fúngica, pode ocorrer a supressão de um gene em um dos oito cromossomos. Uma vez que há um gene não pareado, aquele que deveria com ele parear será suprimido também. O curioso desse processo é que todas as cópias desse gene em todo material genético disposto serão silenciadas podendo gerar proles extremamente distinta das originárias. Cromossomos separam-se na metáfase da meiose para formar células haploides e em seguida passam por um processo de mitose pós- meiótica gerando 8 cromossomos haplóides. RNAi em fungos? Fungos Neurospora crassa em diferentes estágios de desenvolvimentos expressando o gene de interesse, histona H1 (hH1GFP, em verde) Ao passar pelo processo meiótico seguido da mitose pós meiótica, ocorre a supressão dos genes por MSUD (indicados pela seta). Fotos: Namboori B. Raju, Stanford University. RNAi em bactérias e arqueas? “Descobrimos que existem um homólogo de Hen1 em bactérias, porém estas não produzem RNA de interferência. Portanto, nós estamos muito curiosos para descobrir no que o Hen1 bacteriano atua“. Raven H. Huang, 2009 crRNA Curtas Repetições Palindrômicas Intercaladas Regularmente em Cluster (CRISP) que possuem entre 24 a 48 pb. Streptococcus pyogenes, também chamada de Streptococcus GrupoA (the flesh eating bacterium) cultivada em meio sólido (picture by Krzysztof Chylinski, Laboratory of Emmanuelle Charpentier) RNAi e Doenças RNAi e Doenças • Desordens genéticas dominantes; • Baixa especificidade de terapias atuais; • SNPs geram falta de seletividade; • Novas abordagens à terapêutica clássica; • Promessa em resposta ao resfriamento da industria farmacêutica; • Alta especificidade e potência atrai grande interesse ao RNAi: “RNAi-based therapeutic strategies for metabolic disease.” • • • • Lipídeos transportadores de siRNA; “Self delivery”; Inflamação do tecido adiposo; Microesferas de glucano; “MicroRNA-like antivirals” • • • • • Sequências antivirais expressas em miRNA; Preocupação com miRNA antiviral mimético; Desafio no delivery; Lentivírus recombinantes; Implicações do uso terapêutico; “Design of functional small interfering RNAs targeting amyotrophic lateral sclerosis-associated mutant alleles.” • • • • RNAi e esclerose amiotrófica lateral; Design de siRNA e estratégia de assimetria; Mismatch da fita antisenso de siRNA; Silenciamento eficaz dos alelos mutantes SOD1. “Discrimination of Parkinson-associated LRRK2 alleles by introduction of a single nucleotide mismatch into siRNA.” • Proteína rica em leucina quinase2 (LRRK2) e doença de Parkinson (DP); • Padrão de mutação G2019S; • siRNAs artificiais com mismatch; • ASP-RNAi e alelos associados com DP. RNAi em câncer Cerca de 50% dos genes miRNA localizam- se em regiões genômicas frágeis ou associadas ao câncer, atuando em oncogenes ou genes supressores tumoral. Calin et al., 2004 miRNA let-7 Alvo de ação Regula negativamente oncogene RAS Função Inibe o crescimento e diferenciação de células pulmonares tumoral miR-15a, miR-16 Regula negativamente oncogene BCLl-2 Inibe a apoptose mir-17, mir-18, mir-19a, mir-92-1 Desconhecido Tumorogênese miR-17-92 cluster Regula negativamente E2F1 e Rb Inibe a proliferação celular miR-21 Regula negativamente PTEN Ativa a apoptose miR- 372, miR-373 Regula negativamente LATS2 Ativa proliferação celular RNAi em câncer Cada tecido canceroso apresenta expressão alterada de miRNAs podendose utilizar isso como uma assinatura específica de cada câncer. Lu et al., 2005 Ryazansky e Gvozdev, 2008 RNAi em câncer Uso terapêutico- Fármacos Ativação/Inativação do RNA de interferência: • Câncer: • Esquistossomose; • AIDS; • Febre amarela; • Hepatite C e B; • Doenças neurodegenerativas; • Senescência... Inativação de genes Uso terapêutico- Novas tecnologias • Empecilho: ausência nas bactérias mais utilizadas; Fragilidade dos fragmentos; Criação de moléculas híbridas DNA-RNA; Nanopartículas transportadoras; Partículas lipídicas transportadoras. Uso terapêutico- Empresas • Escasso resultado nas pesquisas: Empresas que continuam fazendo investimentos em iRNA Uso terapêutico- Transgênese em plantas Outras aplicações Bioinformática: Auxílio na escolha das sequencias de mRNA específicas; Bancos de dados; http://www.mirbase.org/ http://www.microrna.org/microrna/home.do Outras apliacações Prospecção de novos microRNA´s Genes homólogos de conhecidos miRNA; Loops próximos a regiões de miRNA ou não; http://genes.mit.edu/mirscan/ Outras aplicações Genômica funcional: Outras aplicações Produção de modelos animais (“knock-down”) Referências • • • • • • • • • • • • • • • • • • http://www.microrna.ic.cz/mirna4.html#MicroRNA Genes and Their Transcription http://www.nature.com/nrd/journal/v6/n6/fig_tab/nrd2310_F1.html http://www.microrna.ic.cz/ http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84782011000100014 http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0004-27302006000600018&script=sci_arttext Ihttp://www.nature.com/nrg/journal/v5/n8/pdf/nrg1415.pdf Ittp://www.nature.com/nrm/journal/v6/n5/pdf/nrm1644.pdf http://www.sabiosciences.com/pathway7.php ttp://www.sciencenews.org/view/feature/id/62051/title/Cancer%E2%80%99s_little_helpers http://www.news-medical.net/health/MicroRNA-Cellular-Functions-%28Portuguese%29.aspx http://www.sabiosciences.com/pathway7.php http://www.biomedcentral.com/content/pdf/1471-2164-10-558.pdf http://protein.bio.msu.su/biokhimiya/contents/v73/full/73050640.html http://www.wikigenes.org/e/gene/e/827839.html http://www.biotecnologia.com.br/revista/bio17/17_docg.pdf http://www.mims.umu.se/en/news/1379-when-bacteria-get-the-flu-and-sharpen-their-knivesscientists-identify-a-novel-pathway-to-activate-the-bacterial-immune-system-.html http://www.sciencedaily.com/releases/2009/10/091012225811.htm http://www.microrna.ic.cz/mirna4.html